data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Divulgação
Cechin e a perda (involuntária) do "timing" e Harrison e o "modo soneca" aos que politizam desgraça
É verdade que, na semana passada, o vereador Leopoldo Ochulaki, o Alemão do Gás, foi de mala e cuia do PSB para o MDB. Não é menos verdade que Jorge Trindade, o Jorjão, deixará o minúsculo Rede Sustentabilidade para voltar a ter vida política-eleitoral, agora no PDT.
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Como também, e era assim que a situação estava no momento em que esta coluna era fechada, se dava como certa a saída de João Ricardo Vargas, eleito pelo PSDB em 2016, para o PP, agora dissidente e adversário político da administração municipal.
É evidente, ainda, que outras situações possam virar realidade nos próximos dias. Afinal, é muito difícil que uma eventual suspensão, com adiamento, do pleito de outubro se resolva até o final do mês. Com o que, no mínimo novas trocas partidárias, se acontecerem, serão agora, até a próxima sexta-feira, 3 de abril. E, neste momento, acredite, o chamado "mês da traição" está parado.
Mais, porém, que a mudança de partido de um ou outro parlamentar, o que está mesmo congelado são as articulações visando a disputa para a cadeira principal do sétimo andar do Centro Administrativo.
Aliás, ainda que pego no contrapé, é fato que faltou (olha o azar aí, disse alguém ao escriba) "timing" ao Progressistas. A decisão de deixar o governo municipal para embarcar na candidatura própria de Sérgio Cechin à prefeitura se deu justamente no momento em que se tem pela frente o isolamento provocado pela Covid-19.
O que significa? De pronto, Francisco Harrisson, do MDB, um aliado que o PP buscava (e, se diz, estaria igualmente interessado no casamento), se recolheu. E com uma justificativa bastante importante e aceitável.
Escreveu o emedebista pré-candidato (ainda) a prefeito, em seu perfil no Facebook, sábado passado, dia 22: "infelizmente, estou colocando no modo soneca quem tenta politizar a desgraça, ao invés de pregar a união e a esperança. Respeito o direito de pensar e se expressar, mas respeito mais ainda meu direito de não ouvir loucuras!".
Manifestações como esta significam que se deixou de falar de política e, especialmente, da eleição? Obviamente, não. E mesmo que existam movimentos que podem até levar ao adiamento do pleito, os políticos não deixam de falar do evento político mais significativo do ano. Mas articulações, daquelas que se via freneticamente na primeira metade do mês; essas, convenhamos, estão congeladas.
Quando deixarão o "freezer"? Dependerá, como quase tudo no mundo (nem é no Brasil apenas) dos efeitos da pandemia. Superá-la é o objetivo máximo. Nenhum outro é mais importante agora. Mas, atenção, o coronavirus (na sua forma Covid-19) pode elevar sonhos. Ou soterrá-los, politicamente falando.
Pozzobom mostra ser bom de crise
Para não melindrar ninguém, deixem-se de lado fatos e pessoas do passado recente. Mas é fato que nas crises se percebe a grandeza dos líderes. Quem cresce ou se reduz diante dela. Isso vale para qualquer coisa, mas sobretudo para a gestão pública.
Há quem se reduza ao ponto de quase sumir, na imensidão dos problemas que precisa, por força do que lhe é imposto pelas circunstâncias, atacar e, se não resolver, ao menos enfrentar de maneira efetiva, direta e sem salamaleques.
O fato é que, diante da pandemia e tudo o que ainda se espera dela, ninguém discute hoje que o prefeito Jorge Pozzobom cresceu como liderança - o que eventuais críticas apenas confirmam. Pode-se apontar um ou outro deslize na condução de certos temas, mas ficou(aram) irrelevante(s) diante do todo: um sujeito acatado por todos, não obstante algumas medidas que, é preciso convir, precisa ter coragem para tomar.
A avaliação, claro, é deste escriba. Mas, aposte, o comportamento do comandante do Executivo, diante da crise, recebe elogios, por enquanto entredentes, até mesmo na oposição. E não só naquela localizada fora do Centro Administrativo Municipal, se me entendem.
Uma decisão difícil a caminho
Segue até 9 de abril o período de inscrições para a 27ª edição da Tertúlia Musical Nativista e também para a 6ª Tertulinha. Os dois eventos, simultaneamente, estão previstos para a Associação Tradicionalista Estância do Minuano, entre os dias 14 e 17 de maio, aniversário de Santa Maria.
Antes, até 3 de abril, dentro de menos de uma semana portanto, encerram as inscrições para lançamentos e sessões de autógrafo na Feira do Livro, que o calendário marca para iniciar em 24 de abril e encerrar em 9 de maio.
São, com certeza, os dois maiores eventos da cultura da boca do monte, ambos (cada qual com seus apoiadores) promovidos e organizados pela Prefeitura Municipal. A questão é: acontecerão, meeesmo, por conta do isolamento social do presente momento? Serão um ou os dois suspensos, com adiamento para mais no final do ano? Ou terão, um e/ou outro, suas edições de 2020 canceladas?
O fato é que uma decisão precisará ser tomada pela administração. E não pode demorar muito, por mais difícil que seja.
TUCANOS
Além dos atuais edis (exceto João Ricardo Vargas, que está mesmo de saída do PSDB), tucanos de alto coturno apostam em três outros nomes como possíveis puxadores de voto para a Câmara: o secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves, o titular da Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, e o superintendente de Esportes, Jivago Ribeiro. Os três, aliás, precisam deixar os cargos até a próxima sexta, 3 de abril.
QUEM ENTRA?
Afastada por 15 dias por conta do "home office" causado pela pandemia, e encarreirando 10 dias de férias, é certo que Sandra Rebelato deixará o governo e até já anunciou isto. Faz sentido, depois de seu partido, o PP, ter se desgarrado para disputar a eleição em faixa própria. E o substituto? Muito provavelmente será de sigla a se aliar ao PSDB de Jorge Pozzobom. Não faltarão interessados, imagina-se.
AS OPÇÕES
Rodrigo Menna Barreto, por certo, se desincompatibilizará e deixará a pasta de Desenvolvimento Rural ao longo da próxima semana. Um dos grandões do DEM, o ainda secretário tanto pode concorrer ao Legislativo, ampliando as chances de os demistas alcançarem o quociente eleitoral, quanto ser o vice de Jorge Pozzobom, consumada a saída do PP da aliança governista.
PEDETISTA
Quem fez cara feia (e houve, sim, quem fizesse), será obrigado a sorrir. Pelo menos de dentro para fora. O fato é que Jorge Trindade foi mesmo acolhido pelo PDT, após deixar o Rede Sustentabilidade, pelo qual tinha chance zero de reeleição. Agora, chega como graúdo e ajuda a inflar o palavrório do candidato a prefeito, Marcelo Bisogno, que aposta em quatro vereadores eleitos pela sigla.
PARA FECHAR!
Vai que em algum momento decida-se que o pleito de 2020 seja adiado. No caso, e este pode ser grande dilema para quem precisa tomar decisões agora, o calendário eleitoral de hoje vai à cucuias? Se for, ficam sem efeito as trocas de quem resolver deixar o cônjuge político deste instante? E, se valer, haverá novo mês da traição em um ou dois anos, no caso de adiamento por longo período? Tcham-tcham-tcham-tcham!